Descrição de chapéu violência

Nunes pede ao Ministério dos Transportes volta de lacre metálico em placas para combater roubos

Em ofício à pasta, prefeito diz que placas decorativas vendidas pela internet são usadas em crimes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou um ofício na manhã desta quarta-feira (18) em que pede ao Ministério dos Transportes a volta do lacre metálico em placas de veículos para aumentar a fiscalização contra roubos com uso de veículos.

De acordo com Nunes, placas decorativas, de preço baixo, estariam sendo usadas por criminosos para adulterar a identificação de veículos usados em roubos, por exemplo.

O ofício ao ministro Renan Filho foi assinado durante apresentação de um relatório de transparência do Smart Sampa, programa de monitoramento com reconhecimento facial. Das 31,3 mil câmeras, 4.000 têm a capacidade de fazer leituras e gerar alertas de placas com registro de roubo ou furto.

A imagem mostra um estacionamento com três motocicletas entrando. Duas motocicletas estão em primeiro plano, enquanto uma terceira está mais ao fundo. Há uma pessoa vestindo uma camisa vermelha e outra com uma camisa escura. O ambiente é coberto e possui paredes brancas e uma faixa amarela na parte inferior. Um espelho de segurança está visível na parede.
Ladrão aponta arma para roubar moto de luxo de idoso na zona sul de São Paulo - Reprodução

Mas o grande número de placas decorativas que estariam sendo usadas para roubos seria um problema, com múltiplos registros pelas câmeras do Smart Sampa. Um exemplo demonstrado na cerimônia foi o da sequência "BRA49CC". "Ela roda tanto na cidade que chega a travar o sistema quando fazemos a busca dela", afirmou o prefeito.

"Essa é uma usada por criminosos. Eles trocam a placa e a gente não tem registro de roubo ou furto. Portanto, quando passa pelas câmeras, pela polícia municipal [GCM] ou pela Polícia Militar, para todos os efeitos ela está normal e legalizada." Nunes usou como exemplo o caso do ciclista Vitor Medrado, morto em um assalto na região do Parque do Povo. Após o rastreamento da moto, a polícia chegou a Suedna Barbosa Carneiro, 41, conhecida como Mainha do Crime, que pagava até R$ 2.200 por celular roubado, de acordo com inquérito policial obtido pela Folha.

"Dentro da casa da ‘mainha do crime’ tinha dez placas de moto, que eles iam trocando. Se vocês entrarem na internet, convido a fazerem uma pesquisa, e quiserem comprar uma placa, vai comprar e vai ser entregue na sua casa a um preço de R$ 21."

A reportagem encontrou em uma pesquisa na internet a placa com a sequência "BRA49CC" à venda.

A placa que criminosos usam não tem registro de roubo e furto. "Você só tira o parafuso e troca a placa."

No texto, o prefeito pede ao ministério que avalie a ideia e a encaminhe ao Conselho Nacional de Trânsito. "Diante disso, solicito que esse Ministério, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito – SENATRAN, avalie a viabilidade de submeter ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) proposta normativa para o restabelecimento da obrigatoriedade do lacre metálico —ou de mecanismo físico de segurança equivalente— nas placas de identificação veicular."

O prefeito também disse que faltam poucos ajustes técnicos para a instalação de câmeras em motocicletas tanto da Polícia Militar —em parceria com o governo estadual— quanto da GCM paulistana. Os equipamentos farão a conferência das placas durante o patrulhamento.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.